quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Felicidade Realista



Começo o meu post, com um adorável e genial texto de Mario Quintana, "Felicidade realista".

"A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade".


Como sempre, Mario Quintana é maravilhoso. No texto acima, Quintana fala da dura realidade de querermos viver uma felicidade fantasiosa e idealizada. Nunca estamos contentes com o pouco mas sempre queremos mais. Nós como indivíduos, buscamos a felicidade dos contos de fadas, das novelas escritas, da peça teatral interpretada, enfim, do imaginário. É claro que se fosse possível viver a tudo isso seria magnifico e estupendo. Mas a realidade não é essa,  e quando enxergarmos, nossos castelos se desmoronarão em pequenos pedaços de frustrações. Nossas lágrimas se transformam em um rio de ilusões e percorrem nossas faces fazendo doer a alma e o coração. 

Estamos sempre a sofrer em busca de algo mais, de alguma coisa que nos complete verdadeiramente. É uma eterna caçada em busca de nos tornamos seres plenamente felizes. Agora eu pergunto para vocês: existe a felicidade plena e eterna? Eu mesmo respondo: É óbvio que não. Existe sim momentos felizes em nossas vidas. Temos sempre alguns per causos que tornam nosso viver muitas vezes dramático. Não devemos nos iludir e achar que sempre existe um pote de ouro no final do arco-íris, uma fada madrinha que irá nos proteger, porque como eu já disse isso faz parte da fantasia. Não quero ser radical a ponto de dizer que não devemos sonhar. Temos que sonhar sim, faz parte do ser humano e faz muito bem aos nossos corações. Os sonhos só perdem o sentindo se começarmos a achar que eles deveriam vir para a realidade. 


Devemos aprender a achar a felicidade em pequenas coisas, em pequenas atitudes. Um belo amanhecer agradecendo a Deus por estar vivo, um beijo do namorado, o simples fato de estar vivo, já são motivos para sermos felizes. Esquecemos da simplicidade e nos voltamos para a complexidade da vida. Qual mãe não se sentiu feliz ao ver a primeira fala de seu pequeno filho? Qual pai não se sentiu feliz ao ver o filho dar o primeiro chute numa bola? Qual namorado não se sentiu feliz ao ver o sorriso do outro? São essas minucias que devemos valorizar e nos afirmar quanto a seres totalmente capazes de sentirmos a felicidade. O simples olhar meigo de uma criança nos traz a ternura em nossa alma e eleva nosso espirito ao êxtase prazer de contemplar a simplicidade da vida.

Contemplar ao desabrochar de uma flor assim como viver ao surgimento do amor em nós é a pura e total felicidade. O simples fato de estar amando nos deixa iluminados e nossos perispíritos se transformam em um arco-íris multicoloridos. 

Vamos brecar a ignorância e a triste arte da complexidade. Viver na simplicidade, enxergando os pequenos detalhes da vida e dando importância aos singelos acontecimentos, nos traz a felicidade tão desejada.

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